sexta-feira, 19 de junho de 2009

CNJ aposenta Juiz

Juiz do Amazonas será aposentado compulsoriamente, decide CNJ
O juiz Antônio Celso da Silva Gioia, titular da Vara da Infância e Juventude Criminal de Manaus será aposentado compulsoriamente com proventos proporcionais ao tempo de serviço. A decisão foi tomada por unanimidade pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na sessão plenária realizada ontem (9/06), em Brasília.
O juiz está afastado do cargo desde o ano passado, por várias irregularidades. Pesam contra o magistrado, 16 tipos diferentes de acusações como improbidade administrativa, tráfico de influência, uso de laranjas em negócios comerciais e uso do cargo para obtenção de vantagens pessoais. O CNJ decidiu ainda enviar o processo ao Ministério Público para que seja aberta uma ação civil de improbidade administrativa.
A sindicância contra o juiz Antônio Celso da Silva Gioia foi instaurada pelo CNJ, no dia 20 de fevereiro do ano passado, para que fossem investigados os fatos em que o juiz era acusado. De lá para cá, várias testemunhas foram ouvidas, inclusive o próprio juiz acusado.   Em plenário,  ao explicar os fatos e analisar todas  as provas reunidas no processo, o relator,  conselheiro Mairan Maia,  disse que o juiz Celso Gioia estaria exercendo atividades comerciais incompatíveis com a magistratura.
Entre as irregularidades do magistrado apontadas no relatório e confirmadas na sindicância ,  estariam a atividade comercial de mineração e exploração de  pedras do tipo seixo, constituição de empresas de construção com utilização de laranjas, exploração comercial de água mineral e aluguel de embarcações apreendidas, e fechamento de posto de água mineral  determinado em plantão judicial, em detrimento de terceiros.

CNJ 10/6/2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Os candidatos a D E N G U E Hemorrágica

Os candidatos a D E N G U E Hemorrágica

Se você já teve Dengue saiba que é um forte candidato a Dengue na sua forma mais grave.
 

O que é a dengue hemorrágica?

Quando alguém se contamina com o vírus da dengue, desenvolve a doença, que dura uma semana sem outras complicações. Mas, se a pessoa se contaminar outra vez com um outro tipo de vírus da dengue, ela pode desenvolver a forma hemorrágica da doença. Por exemplo, uma pessoa pode se contaminar com o vírus da dengue tipo 1 e depois de um tempo se contaminar pelo vírus tipo 2. Nesse caso, ela pode desenvolver uma forma grave da doença - é a chamada dengue hemorrágica, em que a pessoa doente pode ter sangramentos com choque e morte.

 

Síndrome de Choque da Dengue
Esta é a mais séria apresentação da dengue e se caracteriza por uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa acometida pela doença apresenta um pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da doença, há registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural.

Entre as principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.

 

O tratamento da dengue é somente de suporte, ou seja, não há um medicamento específico para tratar a doença. O tratamento consiste em deixar o paciente em repouso, hidratado, sem febre e sem dor. Se o paciente apresenta um sangramento grave, ele deve receber tratamento específico em um hospital. Não se deve usar ácido acetilsalicílico (presente em medicamentos como a Aspirina) para diminuir a febre ou a dor em pacientes com suspeita de dengue. O ácido acetilsalicílico age sobre as plaquetas, diminuindo a capacidade do corpo de formar coágulos. Por isso, ele deve ser evitado na suspeita de dengue. O Ministério da Saúde recomenda o uso de acetaminofen para o controle da febre e da dor na suspeita de dengue, nunca ultrapassando o limite de 3 g por dia.

 

Mais informações sobre DENGUE pesquise neste blog.

 

92.493 casos de DENGUE NA BAHIA

MANIFESTE-SE exija providências para suas cidades

 

No rastro da ferrovia do Porto Sul

Obras da Leste-Oeste começam por Ilhéus
em novembro, logo após a liberação da licença ambiental, prevista para os próximos 70 dias. Foi o que informou o presidente da Valec, empresa vinculada ao Ministério dos Transportes e responsável pela obra, José Francisco das Neves. trem de carga
      O trecho da ferrovia, que ligará as cidades de Ilhéus, Caetité e Barreiras, na Bahia, a Figueirópolis, no Tocantins, foi apresentado pela empresa, que demonstrou a otimização no escoamento da produção.
      No território baiano, a maior parte do trecho passará pelo município de São Desidério, maior produtor de algodão e de grãos do Brasil. Segundo Neves, a Ferrovia de Integração Leste-Oeste contribuirá no escoamento da produção de todo o trecho.
      Isto significa cargas de ferro, grãos e farelos, álcool, açúcar e algodão, com destaque para o agronegócio do oeste baiano e as jazidas minerais da área de Caetité. Sua implantação terá impacto significativo no desenvolvimento econômico do estado da Bahia.
      Segundo o governador Jaques Wagner, entre as vantagens previstas com a construção da FILO para a Bahia estão a redução de custos do transporte de insumos e produtos e o aumento da competitividade do agronegócio.
      Também haverá a possibilidade de implantação de novos pólos agroindustriais e de exploração de minérios, aproveitando sua conexão com a malha ferroviária nacional. Além do escoamento da produção regional, a ferrovia deve gerar cerca de 30 mil empregos diretos.
      Estudos
      O investimento previsto é de cerca de R$ 6 bilhões e ele já está no orçamento federal. Seu traçado é resultado de uma discussão com toda a equipe de governo e da observação de elementos importantes, como reservas indígenas, detalhes técnicos e ambientais.
      A previsão é que a conclusão do primeiro trecho, Ilhéus a Caetité, aconteça em julho de 2011; do segundo, de Caetité a Correntina/Barreiras, em julho de 2012; e do terceiro, de Correntina/Barreiras a Figueirópolis (TO), em dezembro de 2012.
      No rastro da ferrovia, o Oeste terá mais uma universidade federal e já está em construção a BR 135, que corta Barreiras no eixo Norte-Sul e liga a divisa Bahia/Minas Gerais até a divisa com o Piauí.
      Outro benefício da ferrovia será o aumento da segurança e a redução dos gastos em manutenção de rodovias. Os excessos de carga das carretas que descem com a soja do Oeste para os portos, por exemplo, passarão a ser levados de trem.


http://www2.uol.com.br/aregiao/bahia.htm
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Leia mais neste blog pesquisando Porto Sul

O que sobrou da Mata Atlântica nos Sul da Bahia

Una e Itacaré têm a maior área de Mata Atlântica no sul da Bahia, considerando a extensão dos municípios. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostram que Una preserva 35% de remanescentes da Mata Atlântica no município, seguido de Itacaré, que conserva 31%. 
O primeiro município possui uma área de 39.967 hectares sem desmatamento. Além disso, tem 167 hectares de restinga e 575 hectares de mangue.
 
 Em Itacaré estão 22.375 hectares de mata nativa, 573 hectares de restinga e 939 hectares de mangue

 Ilhéus vem em seguida, com 23% de sua área coberta pela Mata Atlântica. Ela possui ainda 39.538 hectares de remanescentes florestas, 1.916 hectares de restinga e 722 hectares de mangue. 
Em Canavieiras ainda existem 20% da mata nativa, o que representa 21.435 hectares de área de remanescentes. O município também tem 1.408 hectares de restinga e 4.358 hectares de mangue.
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Itabuna e Itajuípe perderam toda sua Mata Atlântica e estão entre os municípios mais devastados do sul da Bahia. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Fundação SOS Mata Atlântica revelam que a região cacaueira vem enfrentando um processo de desmatamento acelerado.  A retirada ilegal de madeira e as queimadas nas áreas ocorrem a todo vapor. Há localidades em que não existem mais remanescentes dos originais da Mata Atlântica. 
ntre os municípios que estão totalmente "pelados" estão Itabuna, Itajuípe, Barro Preto, Arataca, São José da Vitória e Buerarema.
Do A Região

A saga do cacau e o Festival de Chocolate na Bahia

A saga do cacau e o Festival de Chocolate

Escrito por Eduardo Athayde

A festa que começa esta semana em Ilhéus, tímida e despretenciosa, revela a importância do investimento na mudança cultural de uma sociedade. Dificuldades, embates e incompreensões do passado parecem hoje contar a historia do nosso futuro. A partir deste I Festival de Chocolate, realizado entre 10 e 13 de junho, em Ilhéus, a geração de cacauicultores que resiste ao descaso com que a rica região cacaueira da Mata Atlântica é tratada, envia sinais de alerta e novo comando para o mercado, animando as gerações presentes e futuras. O cacau que ainda deixa as fazendas sem certidão de nascimento, viaja sem carteira de identidade e atravessa os oceanos sem passaporte, tem dias contados. A ordem é registrar a origem, mostrando para o Brasil e para o mundo, as riquezas do local onde o cacau da Mata Atlantica é cultivado em ambiente de alta biodiversidade, exigindo respeito e reverência ao ambiente preservado, agregando valores localmente, atraindo atenções e novas rendas.
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Com tanta coisa acontecendo, Danielle Mitterrand, viúva do ex-presidente François Mitterrand, primeira dama da França por 16 anos, presidente da Fundação France Libertés e parceira do WWI, foi a Ilhéus em abril de 2009. Apaixonada pelo chocolate da Mata Atlântica visitou a Ceplac acompanhada do diretor geral Jay Wallace, do presidente da Associação dos Cacauicultores, Henrique Almeida, e foi recebida pelo governador Jaques Wagner, em Itabuna.
De volta a França, madame Mitterrand, uma das mulheres mais poderosas do mundo e a mais nova "garota propaganda" da Floresta de Chocolate, formadora de opinião, levou os chocolates produzidos na Ceplac - o melhor que já havia provado, segundo declarações feitas a imprensa. Nas palestras que faz pelo mundo passará a contar como a gente da Mata Atlântica está reconsiderando as suas riquezas, garimpando o ouro do cacau.

O Festival de Chocolate

A Floresta de Chocolate, que avança na sua organização, pode aproveitar o exemplo de cidades como Nova Iorque e Paris, que distribuem catálogos das suas lojas de chocolate, e publicar um guia das Fazendas de Chocolate, organizando e fortalecendo a oferta de produtos e serviços de uma cadeia produtiva de econegócios que aprende a agregar os valores dos seus ativos, apropriando rendas e usufruindo da inteligência das classes organizadas.
Enquanto nos organizamos por aqui, o Festival de Chocolate de Gramado continua a levar todos os anos cerca de 200 mil turistas para a serra gaúcha - onde não tem pé de cacau -, que gastam uma media de 250 reais por visitante/dia entre estadia, alimentação e outros dispêndios, despejando R$ 50 milhões de recursos novos na economia local, em uma semana.
Quanto será que a economia cacaueira, abraçando o princípios do econegócios poderá atrair em rendas novas, com inovação, ciência, tecnologias; infra-estrutura de rodovias, porto e aeroporto; e mais, a cultura do cacau, as belezas naturais, as praias, os princípios ativos das plantas e o imaginário de Jorge Amado, divulgado pelos quatro cantos do mundo em mais de 40 idiomas? Isso tudo pode ser respondido por pessoas reunidas, trocando informações e construindo inteligência nova em eventos como Festival de Chocolate da Mata Atlântica.

A saga do cacau e o Festival de Chocolate

Eduardo Athayde é diretor do WWI-Worldwatch Institute no Brasil www.worldwatch.org.br.


Na integra no AçãoIlhéus

Complexo Porto Sul na Bahia

Agora, 5 anos depois, novamente vejo a sociedade hipnotizada por um projeto que é a "redenção" da Região. Vejam que o Governo agora envolve a Região e fico  assistindo o nosso dinheiro sendo gasto com peças promocionais, mostrando inverdades, provocando uma febre em quem não se permite enxergar o que é óbvio. Ao menos se permitam ler e por favor não cometamos mais um drástico erro.Você que é um cidadão consciente, por favor leia e se questionar, nos questionar, conclua conscientemente, mas esteja aberto para conhecer um pouco do trabalho que estamos desenvolvendo, com nossas pesquisas e acompanhando cada passo. Nosso movimento foi dividido em grupos que estudaram cada item e por isso quero agradecer a contribuição de cada um, que mesmo estando fisicamente longe da nossa cidade, trouxe tão valiosas contribuições. Obrigada a todos, pois sem equipe não vamos a lugar nenhum.

Desde dezembro de 2007, estamos acompanhando todo o movimento do Governo do Estado com o Projeto Porto Sul, o que no início era negado, logo depois apresentado em Ilhéus como a redenção para a Bahia, com a interligação na Norte-Sul e além do ferro também seriam escoados produtos do Oeste Baiano. Foram iniciadas as idas e vindas de Consultores, ora contratados pela Bahia Mineração que agora é BAMIN, ora contratados pelo Governo do Estado e recebemos todos e para eles, passamos todas as informações que acreditávamos ser importantes para ratificar tudo que dizíamos (Comprovado cientificamente). O Governo avançava e a cada visita na cidade de Ilhéus, diziam ser aquela visita a primeira e o ponto inicial do diálogo. Para nossa surpresa, mesmo depois de criticarmos esta fala, do dia 08 de maio, agora dia 9 de junho, novamente ouvimos que esta é a primeira vez e que estamos iniciando o diálogo!!! Um ano de três meses depois, o Governo pelos seus representantes assumem que no início realmente era apenas a Bahia Mineração que seria beneficiada, mas agora existem outras empresas e continuamos sabendo ainda,  apenas da, agora, BAMIN.

Temos pesquisado bastante e assistido o Governo com o nosso dinheiro, patrocinar um empreendimento que:

1 – Irá transpor do Rio São Francisco 31.430.880,0 m3., conforme outorga preventiva concedida pela ANA, através da RESOLUÇÃO No 520, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2007.  Assim, será construído um mineroduto de Malhada até Caetité, o que inicialmente era até Ilhéus.

-          996,67 litros / segundo

-          86.112 m³ / dia

-          31.430.880,0 m³ anuais transformados em lama com rejeitos de ferro;

-          R$108.750.844,80/ano durante 11 anos serão R$1.196.259.292,80

*Se todo habitante do município de Ilhéus tivesse água tratada, seriam consumidos anualmente 16.060.000m³/ano, ou seja, a metade do que será jogado fora.

2 – A exploração de minério está sujeita ao CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de recursos Minerais).Do valor arrecadado, 2% para o FNDCT – Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico e 10% Ministério das Minas e Energias, que repassará integralmente  para o  DNPM – Depto. Nacional de Produção Mineral, que repassará 2% IBAMA- Para proteção ambiental nas regiões mineradoras. O CFEM para minério de ferro é de 2% sobre o faturamento líquido resultante da venda. Essa alíquota será distribuída em: 23% Estado e Distrito Federal e 65% para Municípios

Apenas para ilustrar o quanto fica rico um município com extração de suas riquezas, pesquisamos que a extração de minério de Caetité em 2006 foi de R$328.150,56, dos quais 2,48% foi destinado ao município, ou seja, R$8.138,13.

Esta compensação financeira, no entanto, é para os municípios onde está situada a exploração. Neste caso, Ilhéus não será beneficiada em nada.

Fonte: SEPLAN

3 – A mina tem inicialmente 1,1bilhão de toneladas e vai durar cerca de 25 anos em apresentação feita para vários públicos na Região de Caetité e de Ilhéus. Hoje, no site da mesma BAMIN, encontramos a informação de que a reserva estimada de 470 milhões de toneladas, ou seja, 11,2 anos, exportando 25 milhões/ton/ano como ainda afirma;

4 – O Governo através da VALEC, empresa estatal, será responsável pela construção do primeiro trecho (Ilhéus – Itacaré) e o investimento anunciado inicialmente como 2,8bilhões, agora é anunciado como sendo da ordem de 4 e 6 bilhões;

5 – O Governo tornou de utilidade pública para fins de desapropriação, uma área de 1.771 hectares. O valor do hectare naquela área estava avaliado em R$20.000,00, temos um total de R$35.420.000,00 (área sem benfeitoria), dos quais está reservado para a BAMIN 200 hectares, que equivale a 4 milhões de reais. Este era o valor cobrado para quem quisesse investir naquela área antes de anunciado o Complexo Porto Sul;

6 – Considerando que aquela área está inserida numa APA, a Legislação exige que após ser abatido da área total, as APPs (Áreas de Preservação Permanente) 20%  de Reserva Legal, só poderá ser construída área de 20% do que restou, obedecendo o pé direito de 7,5 m. No entanto, o Governo anuncia que estará utilizando APENAS 60% da área;

7 – O povoado de Ponta da Tulha tem 15 hectares e estará ao lado de uma área que terá destinado 80 hectares para depósito de minério de ferro à céu aberto e sabemos que o pó é levado pelos ventos num raio de 34 km, atingindo assim toda a Região com partículas deste minérios sendo aspiradas pelos Seres Humanos que nela habitam, trazendo sérias conseqüências para a saúde de toda essa gente. Se a BAMIN vai aspergir água nas pilhas de minério, é necessário sabermos de onde será captada essa água e como ela volta para o lençol freático;

8 – Fazendo a analogia correta, buscamos estudar a situação dos municípios brasileiros que têm este mesmo modelo econômico, agora proposto pelo Governo da Bahia, para a Região Sul, que até então sonhava com investimentos prometidos no Turismo, na Lavoura Cacaueira, no Pólo de Informática,etc. A resposta era já esperada e postamos no nosso site o resultado desta pesquisa feita com a Ferrovia Carajás, que liga Parauapebas no Pará até o Porto de Itaqui em São Luiz no Maranhão, tendo 3 paradas, nas cidades de: Marabá-PA, Açailândia-MA e Santa Inês-MA, as quais, ao longo de pelo menos 20 anos, não conseguiram eliminar os miseráveis que são na média 20% nas cidades estudadas. Concluímos que a exploração das nossas riquezas e que a industrialização não resolveram o problema da desigualdade social. Então, o discurso do Governo fica esvaziado neste sentido, pois estaremos perdendo nossa riqueza maior que são os recursos naturais, escassos e finitos por uma ilusão.

9 – Em resumo, nós estaremos pagando para a BAMIN tirar nossas riquezas e exportar, inicialmente:

           - R$1.196.259.292,80 – Doação de água para lavar o minério de ferro em Caetité do nosso querido Velho Chico, durante pelo menos 11 anos;

            - R$4.000.000.000,00 – Construção da Ferrovia;

            - R$1.000.000,00 – Doação de 200 hectares na área mais nobre em biodiversidade do município, numa praia lindíssima para construir o seu retroporto

10 – O mais interessante de tudo isso, é que somos conclamados a aplaudir a BAMIN que permitirá ao Governo, utilizar o seu terminal privativo. Não temos um Porto Público e sim um RETROPORTO PÚBLICO. Então, o nome do empreendimento é COMPLEXO RETROPORTO SUL. Assim o Governo está conseguindo caracterizar como de interesse público uma Ferrovia (que será realizado leilão para a sub concessão por um período de 30 anos) e um retroporto (para o qual também será realizada uma concessão de 30 anos). O Governo diz que as obras dos equipamentos serão feitas simultaneamente, mas na transparência do mesmo Governo, não entendemos isso, já que ainda em fase de Editais, muitos sequer tiveram empresas vencedoras, como é o caso do Edital para contratação de empresa que elaborará o Termo de Referencia para o EIA/RIMA do Porto (Governo ou a BAMIN), o Edital do EIA/RIMA do aeroporto não compareceu nenhuma empresa. No entanto, anunciam que as obras iniciam agora no segundo semestre.

Depois de tanto que pesquiso e leio, depois de ouvir atentamente os representantes virem aqui 5 vezes falar e se permitirem ouvir algumas falas,concluo que este empreendimento está mais para CONFUSO que para DIFUSO o seu real interesse.

Maria do Socorro Mendonça   

Leia abaixo no Movimento Ação Ilhéus

Complexo Porto Sul

 
 
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Hilda Molina Yo soy hoy libre, muy libre, con esa libertad propia que Dios concede a cada ser humano.

Após 15 anos Hilda Molina tem permissão para sair de Cuba e reencontrar a família que não vê há 15 anos
 
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Leia mais no Dois em Cena
 

e então poderemos pedir ao FMI US$ 10 bilhões para os pobres brasileiros?

Brasil anuncia empréstimo de US$ 10 bilhões ao FMI

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao anunciar o empréstimo do Brasil ao FMI (foto: Elza Fiúza/ABr)

Fato de se tornar credor do Fundo demonstra solidez do país, diz Mantega O Brasil vai emprestar US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) por meio da aquisição de bônus, anunciou nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Depois de ter recorrido ao Fundo diversas vezes em sua história, esta é a primeira vez que o Brasil vai emprestar recursos à instituição - o que, segundo Mantega, demonstra a solidez da economia nacional."Diante de uma crise desta envergadura, o Brasil está encontrando condições de solidez para poder emprestar recursos ao Fundo", disse o ministro.

O empréstimo será feito por meio da aquisição de bônus do FMI, expressos em Direito Especial de Saque (DES), um ativo financeiro do Fundo.

"Assim que o Fundo terminar de produzir esses bônus, estaremos fazendo esse aporte de US$ 10 bilhões", disse Mantega. "Na verdade, é uma aplicação que o Brasil está fazendo com uma parte de suas reservas e dando uma disponibilidade financeira para o FMI."

As reservas brasileiras superam US$ 200 bilhões.

Ajuda

Segundo o ministro, o empréstimo poderá ser usado para ajudar países emergentes, principalmente aqueles que enfrentam escassez de capital devido à crise econômica internacional.Mantega disse ainda que esses recursos vão permanecer nas reservas do Brasil, que poderá utilizar esses US$ 10 bilhões em títulos em operações com o próprio FMI. A contribuição brasileira anunciada nesta quarta-feira é resultado da cúpula do G20 (grupo que reúne os países ricos e os principais emergentes) realizada no início de abril em Londres.No encontro, ficou decidido que era necessário aumentar os recursos do FMI em US$ 500 bilhões para que o Fundo pudesse ajudar os países em dificuldades. A meta foi confirmada posteriormente durante a reunião de primavera do Comitê Monetário e Financeiro Internacional do FMI, realizada no fim de abril.Segundo o Ministério da Fazenda, o valor de US$ 10 bilhões "corresponde, grosso modo, à cota brasileira no FMI, tomando como referência a cota aprovada na reforma concluída em abril de 2008"Em Washington, o diretor geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, elogiou o anúncio do governo brasileiro. "As autoridades brasileiras demonstraram grande liderança e envolvimento em todo o processo de reforma do FMI e de expansão de nossos recursos", afirmou."Fico satisfeito porque o Brasil está claramente mostrando seu forte apoio ao sistema financeiro e econômico internacional", acrescentou. "O Brasil, mais uma vez, reafirma seu forte papel como uma das principais economias de mercados emergentes."

Da BBC Brasil

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Imagine povo brasileiro se nosso governo investisse US$ 10 Bilhões em nosso país para socorrer os estados com enchentes, para reforçar nossa segurança, para construir novos presidios, equipar nossa policia, nossas forças armadas, para melhorar nossa saúde e educação e sanar nossa fome?

 Não seria um magnifico investimento?

 
 
 
 

terça-feira, 16 de junho de 2009

CAMPANHA CRACK NEM PENSAR

Não ao crack!

Grupo RBS lança bandeira de guerra contra um inimigo terrível, que escraviza pessoas, destrói famílias, degrada a juventude, estimula o crime e provoca mortes

Pela forma de uso, o crack é mais potente do que qualquer outra droga e provoca dependência desde a primeira pedra. A droga é de fácil acesso, sem cheiro, de efeito imediato e aprisiona pacientes e seus familiares.

O baixo custo da pedra – em torno de R$ 5 – revela-se ilusório. Empurrado para o precipício da fissura, o dependente precisa fumar 20, 30 vezes por dia. Desfaz-se de todos os bens, furta de familiares e amigos e, por fim, começa a cometer crimes.

O que é

A pedra de crack é produzida com a mistura de cocaína e bicarbonato de sódio ou amônia. Sua forma sólida permite que seja fumada.

Como é o uso

O usuário queima a pedra de crack em cachimbo e aspira a fumaça. O crack também é misturado a cigarros de maconha, chamados de piticos.

O efeito

O crack chega ao cérebro em oito a 12 segundos e provoca intensa euforia e autoconfiança. Essa sensação persiste por cinco a 10 minutos. Para comparar: ao ser cheirada, a cocaína em pó leva de 10 a 15 minutos para começar a fazer efeito.

A dependência

A fumaça do crack atinge rapidamente o pulmão, entra na corrente sanguínea e chega ao cérebro. É a forma de uso, não a composição, que torna a pedra mais potente.

Pesadelo sem fim
Vício não tem cura

Para não recair, a força de vontade e o apoio famílias são essenciais.

Por que 90% recaem no crack

Sem sentir prazer por nada, o usuário passa a viver em função da droga.

Leia mais sobre a Campanha no Zero Hora

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O MITO DA NEUTRALIDADE DO JULGADOR

Por Marcos Antonio Santos Bandeira

       O meu olhar crítico não se conforma com a assertiva de que o juiz deve ser um sujeito neutro. A neutralidade é anti-natural, pois todo ser humano carrega a sua história permeada de valores, ideologia, filosofia, visão de mundo, idiossincrasias, desejos, sentimentos, razão e emoções.

Com efeito, o juiz é um ser humano, composto de carne e osso, e carrega toda essa tábua de valores até o final de sua vida, não podendo ser este sujeito todo poderoso, alheio à realidade e imune às influências internas e externas, para se tornar um inerte e autômato aplicador da lei. Carlos Gustav Jung sustenta que todo homem tem um arquétipo masculino e um feminino – yang e yin - caracterizando o lado masculino pelo princípio da ordem, racionalidade, do senso prático e do dever, enquanto o arquétipo feminino está voltado para o sentimento, a criatividade e a justiça. O magistrado sempre foi gestado numa cultura legalista e formalista, cuja sentença era elaborada por mero silogismo.

 A jurista Lídia Prado, apoiada nos ensinamentos de Jung assevera que "a alteridade é o arquétipo da anima na personalidade do homem e do animus na personalidade da mulher, que possibilita o encontro do Eu com o Outro dentro as totalidade (self), em um clima de respeito pelas diferenças. Tem sido vista como o arquétipo da democracia, da ciência, da criatividade, do amor conjugal e ao próximo, da decisão feita com justiça".

O julgador, com efeito, deve ser imparcial, não necessariamente neutro, pois não pode se distanciar de sua realidade cultural e nem evitar as influências da sua psique no momento de sentenciar. Não deve, portanto, esconder-se no mito da neutralidade para deixar verdadeiramente de julgar, de decidir as questões relevantes que lhe são submetidas.

É preciso retirar a venda da Deusa da Justiça, para que o juiz desça do mundo abstrato e dos conceitos normativistas em que se encastelou durante muito tempo e encontre, atrás das regras, o ser humano, sua realidade sócio-cultural, seus valores, colocando-se na posição do outro, entrando em contato com os princípios da igualdade material, proporcionalidade, dignidade da pessoa humana, aspirando, assim, atingir o eqüitativo e o justo, através de um juízo valorativo, no âmbito dos limites da verdade processualmente possível. Imparcialidade nada tem a ver com neutralidade, ou seja, o juiz não precisa isolar-se da sua comunidade e seus valores para decidir com imparcialidade, contrarium sensu, o juiz deve estar sintonizado com o seu tempo, contextualizado e atento às mutações sociais, utilizando o seu poder criativo e sentimento para realizar, em toda a sua plenitude, a justiça no caso concreto.

       A prof. Lídia Prado, apoiada nos ensinamento de Renato Nalini, assevera o seguinte:

      "O magistrado apegado à dogmática do direito objetivo, convence-se das verdades axiomáticas e protege-se na couraça da ordem e da pretensa neutralidade. A parcela de poder a ele confiada e a possibilidade de decidir sobre o destino alheio, tornam-no prepotente: é reverenciado pelos advogados e servidores, temido pelas partes, distante de todos. Considerando-se predestinado e dono do futuro das partes no processo, revela-se desumano, mero técnico eficiente e pouco humilde, "esquecido da matéria-prima das demandas: as dores, sofrimentos e tragédias humanas".

      O juiz, nesse contexto, sempre foi um operador ou "escravo" da lei¹ que desenvolvia seu raciocínio jurídico para construir uma sentença como um mero silogismo² mesmo que servisse de "pretexto para a imposição de injustiças legalizadas³".

        Como se depreende, na cultura de devoção ao código, as leis não possuem as respostas para todos os fenômenos jurídicos, porque o "legislador" não é onisciente e nem onipotente, como se os fatos passados, presentes e futuros na sua integralidade não pudessem lhe escapar ao controle, pelo menos em alguma particularidade. É de se ver que, no âmbito de um Estado Democrático de Direito, o legislador não é completamente livre para fazer leis, mormente quando o conteúdo dessas leis venha ferir direitos fundamentais protegidos pela Constituição. O legislador tem limites e o juiz não mais pode ser um defensor intransigente da "regra", agindo como se fosse um mero autômato e técnico do positivismo jurídico, aplicando o princípio da subsunção de forma acrítica, descontextualizada, sem que possa analisar criticamente o conteúdo da norma e exercer suas preferências axiológicas, no sentido de que possa atingir a justiça em cada caso que lhe é submetido. O jurista Dalmo Dallari, na obra já citada, arremata:

       "Toda a sociedade humana necessita de normas, entretanto, estas não devem ser impostas arbitrariamente nem podem ser uniformes para todos os lugares e todas as épocas. Não basta a existência de leis, pois para que elas se justifiquem e sejam respeitadas é preciso que tenham origem democrática e sejam instrumentos de justiça e de paz."

        O novo paradigma exige a formatação de um novo juiz sincronizado com o Direito aberto, cuja decisão, livre de qualquer método dogmático-positivista, seja construída em cada caso concreto, numa perspectiva principiológica e de hermenêutica constitucional, sendo, verdadeiramente, o garantidor das promessas do constituinte. Esse novo modelo exige um juiz que tenha consciência do seu novo papel social e político, que entregue a sua setentia com sentimento, utilizando a sensibilidade e a intuição como método para penetrar na realidade do mundo dos fatos, escapando, assim, dos conceitos abstratos e da lógica tradicional, transformando-se, conforme o pensamento do jursita Renato Nallini, "num profissional atualizado, um solucionador de conflitos, polivalennte e intérprete da vontade da Constituição".

¹ Por força dessas concepções, o juiz passou na Europa continental o papel que já lhe era dado na Inglaterra no começo do Século XVII, devendo ser um aplicador da lei, preso à forma e proibido de analisar criticamente os textos legais para buscar a aplicação mais justa, conforme os valores sociais vigentes. Foi por esse caminho que se chegou ao juiz "escravo da Lei", expressão absurda incompatível com a condição de juiz e que torna irrelevante o valor moral ou intelectual do magistrado e serviu, como ainda tem servido, para reduzir os juízes à condição de serviçais passivos dos "fabricantes de leis". (DALLARI, 2006, p. 11)

² Barroso (2005, p. 6-7) explicita: "nessa perspectiva", a interpretação jurídica consiste em um processo silogístico de subsunção dos fatos à norma: a lei é a premissa maior, os fatos são a premissa menor e a sentença a conclusão. O papel do juiz consiste em revelar a vontade da norma, desempenhando uma atividade de mero conhecimento, sem envolver qualquer parcela de criação do Direito para o caso concreto".

³ DALLARI, Dalmo de Abreu. Ob. cit. p. 13.

http://www.amab.com.br/site/artigos.php?fazer=det&cod=160

Petrobras Conselhos

Administração e Conselho Fiscal

Conselho de Administração


Dilma Vana Rousseff - Presidente
Guido Mantega - Conselheiro
Silas Rondeau Cavalcante Silva - Conselheiro
José Sergio Gabrielli de Azevedo - Conselheiro
Francisco Roberto de Albuquerque - Conselheiro
Fabio Colletti Barbosa - Conselheiro
Jorge Gerdau Johannpeter - Conselheiro
Luciano Galvão Coutinho - Conselheiro
Sérgio Franklin Quintella - Conselheiro

Diretoria Executiva

José Sergio Gabrielli de Azevedo - Presidente
Almir Guilherme Barbassa - Diretor Financeiro e de Relações com Investidores
Guilherme de Oliveira Estrella - Diretor de Exploração e Produção
Paulo Roberto Costa - Diretor de Abastecimento
Maria das Graças Silva Foster - Diretora de Gás e Energia
Jorge Luiz Zelada - Diretor da Área Internacional
Renato de Souza Duque - Diretor de Serviços

Conselho Fiscal - Membros Efetivos

Marcus Pereira Aucélio - Presidente
César Acosta Rech - Conselheiro
Túlio Luiz Zamin - Conselheiro
Nelson Rocha Augusto - Conselheiro
Maria Lúcia de Oliveira Falcón - Conselheiro

Gabinete do Presidente - (GAPRE)

Armando Ramos Tripodi - Chefe

Secretaria Geral - (SEGEPE)

Hélio Shiguenobu Fujikawa - Secretario-Geral

 
 
 
Do Conselho de Administração

Art. 28º O Conselho de Administração é o órgão de orientação e direção superior da Petrobras, competindo-lhe:

I - fixar a orientação geral dos negócios da Companhia, definindo sua missão, seus objetivos estratégicos e diretrizes;

II - aprovar o plano estratégico, bem como os respectivos planos plurianuais e programas anuais de dispêndios e de investimentos;

III - fiscalizar a gestão dos Diretores e fixar-lhes as atribuições, examinando, a qualquer tempo, os livros e papéis da Companhia;

sábado, 13 de junho de 2009

e em muitas terras Santo Antonio ainda fala aos peixes

Entre novenas e trezenas seguem muitos e muitas
Entre pedidos e mais pedidos
Ajoelham-se estes e estas com aparente fervor
Longe estão daquele que empunhou a cruz para que as tentações se afastassem
Longe estão da humildade, do amor,caridade e solidariedade pregada por Antonio
 
Sto. Antonio  continua falando aos peixes
 
Ana Maria C. Bruni

Conhecendo a Petrobras

Existe um Estatuto. Acionistas. Assembléias.
 
Missão

Atuar de forma segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços adequados às necessidades dos clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua.

Nos capítulos do Estatuto Social estão as leis e normas que a Companhia segue sob o controle da União: sua atuação no exterior, suas atividades vinculadas à energia, as atividades econômicas vinculadas ao seu objetivo social, e outras disposições gerais.

O
Código de Conduta é composto pelo Código de Ética, Código de Conduta Concorrencial da Companhia e o Código de Conduta da Alta Administração Federal, estabelecido pelo governo. Dessa forma a Petrobras assume o compromisso público de transparência dos seus empregados e no relacionamento com outras empresas, fornecedores, clientes e concorrentes.

O
Relatório Anual da Petrobras presta conta aos acionistas e à sociedade sobre os resultados e atividades desenvolvidas nos campos social, administrativo e ambiental durante o ano. Apresenta os principais indicadores das atividades, a estratégia da Companhia em relação a sua visão para 2020, além do comportamento do mercado de petróleo.
 
 

Quando vi a Constituição sendo rasgada.Juiz mineiro Livingsthon José Machado

Desilusão

Afastado desde 2005, quando determinou a soltura de 59 presos que cumpriam pena em delegacias superlotadas na comarca de Contagem/MG, o juiz Livingsthon José Machado resolveu abandonar a magistratura. O juiz diz que foi punido sem direito de defesa. Em abril último, recusou a remoção compulsória para uma vara cível. O TJ/MG reúne-se hoje para decidir sua aposentadoria compulsória. Para quem não se lembra, no final de 2005, vendo a caótica (falta de) atenção que o Estado de MG dedicava a seus detentos, o magistrado achou por bem soltar vários deles que estavam sob sua responsabilidade - cuidando, todavia, para que os perigosos ficassem encarcerados. (Clique aqui) do Migalhas

Entrevista

Juiz de Contagem/MG, que em 2005 decidiu liberar dezenas de presos devido a péssima situação carcerária, decide abandonar a magistratura

O jornal Folha de S.Paulo de hoje traz entrevista com o juiz mineiro Livingsthon José Machado, da vara de execuções criminais de Contagem/MG, que no final de 2005, vendo a caótica situação carcerária que o Estado de MG dedicava a seus detentos, decidiu soltar vários deles que estavam sob sua responsabilidade.

Na ocasião, o desembargador Paulo Cezar Dias, da 3ª Câmara Criminal do TJ/MG, concedeu liminar determinando a recaptura de presos soltos. Além disso, a Corte mineira autorizou a instalação de um processo administrativo e determinou o afastamento imediato de Livingsthon.

Anos se passaram e no mês passado foi determinada a remoção compulsória do juiz para uma vara cível, que recusou-se a assumir a nova função e resolveu abandonar a magistratura.

Hoje, o TJ/MG reúne-se para decidir sua aposentadoria compulsória.

Abaixo, veja a íntegra da entrevista concedida pelo Livingsthon José Machado ao matutino paulista.

Juiz que ordenou soltura de presos em MG resolve largar a carreira

TJ decide hoje aposentadoria compulsória de Livingsthon Machado, acusado de desrespeitar decisão superior em 2005; ele diz que não teve direito de defesa

FREDERICO VASCONCELOS

ENVIADO ESPECIAL A CONTAGEM (MG)

Afastado desde 2005, quando determinou a soltura de 59 presos que cumpriam pena ilegalmente em delegacias superlotadas na comarca de Contagem (MG), o juiz Livingsthon José Machado, 46, resolveu abandonar a magistratura.

O caso chamou a atenção para a situação caótica do sistema carcerário e desafiou o discurso do governador Aécio Neves (PSDB) de que a segurança pública era uma prioridade.

O juiz diz que foi punido sem direito de defesa. Em abril último, recusou a remoção compulsória para uma vara cível. O Tribunal de Justiça de Minas reúne-se hoje para decidir sua aposentadoria compulsória.

Leia, a seguir, trechos da entrevista de Machado, que deve publicar no segundo semestre o livro "A Justiça por Dentro: Abrindo a Caixa-Preta".

FOLHA - Qual era a situação carcerária quando o sr. assumiu a Vara de Execuções Criminais em Contagem?

LIVINGSTHON JOSÉ MACHADO - À época [2005], havia seis unidades prisionais [em delegacias] e uma prisão de segurança máxima. As seis delegacias tinham presídios em situação irregular.

Num distrito, em razão do excesso de presos, o delegado pôs uma grade no corredor, que virou uma cela com 28 presos.

FOLHA - Por que o sr. determinou a primeira soltura de presos?

MACHADO - Naquele distrito, 16 presos cumpriam pena ilegalmente. Ordenei a transferência deles depois que o Ministério Público pediu a interdição do presídio. Como foi vencido o prazo e não houve a transferência, expedi 16 alvarás de soltura.

O Estado, através da Procuradoria, ajuizou um mandado de segurança, dizendo que a decisão contrariava o interesse público. O desembargador Paulo César Dias deu a liminar e suspendeu a ordem de soltura.

Duas semanas depois, a situação em outro distrito era caótica. Em quatro celas, cada uma com capacidade para 4 presos, havia 148, dos quais 39 esperavam transferência para a penitenciária havia quatro anos. Também expedi mandado de soltura para os 39. Novo mandado de segurança foi impetrado e nova liminar foi dada.

FOLHA - Ficou caracterizado que houve desobediência sua?

MACHADO - A alegação foi que eu desobedeci reiteradamente a decisão do desembargador. Não houve isso. No dia 22 de novembro de 2005, um juiz corregedor me avisou que eu seria afastado no dia seguinte.

Fui afastado sem possibilidade de defesa. Só fui intimado para responder a esse processo em março do ano seguinte. Em setembro de 2007, a corte decidiu o meu afastamento. Apesar de a lei dizer que juiz só pode ser afastado por decisão de dois terços, esse quórum não foi alcançado. Só um desembargador examinou as provas. Votou pela minha absolvição.

FOLHA - Como o Ministério Público atuou no caso?

MACHADO - Nomeou uma comissão de dez promotores para apurar possíveis crimes que eu teria praticado. Quando foi assassinado um promotor em Belo Horizonte, a Procuradoria designou três promotores.

FOLHA - Qual foi a reação dos juízes de primeiro grau?

MACHADO - A associação dos magistrados fez uma nota depois do meu afastamento, dizendo que era inadmissível aquela ingerência. Houve solidariedade de juízes de outros países. Independentemente de chamar a atenção ou não, eu faria o que fiz. No país há um descaso com a população carcerária. O que fiz foi cumprir o dispositivo constitucional de que a prisão ilegal deve ser relaxada.

FOLHA - Como o sr. recorreu das decisões?

MACHADO - Assim que o tribunal decidiu me afastar, recorri em mandado de segurança aqui no tribunal. Foi denegado.

Contra essa decisão, impetrei um recurso ordinário que tramita no Superior Tribunal de Justiça. Publicada a decisão do tribunal daqui, entrei com recurso no Conselho Nacional de Justiça em 10 de outubro de 2007. Ficou um ano e meio sem o então corregedor despachar.

Foi distribuído ao relator Paulo Lobo, que, após alguns meses, disse que não conhecia da revisão [não seria o caso de julgar], porque eu já havia ajuizado recurso ordinário no STJ.

Eram coisas diferentes. No CNJ, alego que não houve desobediência. No STJ, contesto a decisão do tribunal. Contra essa denegação do CNJ, há um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal, cujo relator é o ministro Menezes Direito, que indeferiu a liminar. Agora, o tribunal em Minas abriu processo para minha aposentadoria compulsória.

FOLHA - Por que o sr. não aceitou a remoção para uma vara cível?

MACHADO - Há recursos a serem decididos. Se eu assumisse, estaria aceitando a punição.

FOLHA - O governo do Estado alega que acelerou a construção e a melhoria de presídios. É verdade?

MACHADO - Aqui, em Contagem, as unidades prisionais deixaram de existir em 2007.

Hoje, só existe a penitenciária.

De certa forma, foi um dos efeitos da ação. Não tem mais preso condenado em delegacia aguardando vaga na penitenciária.

Foi criado um centro de internação provisória. Mas, num distrito investigado pela CPI do Sistema Carcerário, viram que a situação continuava grave.

FOLHA - Quando o sr. decidiu que iria deixar a magistratura?

MACHADO - Quando vi a Constituição sendo rasgada.

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Carta Aberta dos Juízes de Contagem/MG

Os Juízes de Direito da Comarca de Contagem/MG, à vista dos últimos acontecimentos envolvendo o problema carcerário local, vêm, de público, aduzir o seguinte:

1º) como é de conhecimento geral, a situação carcerária no Estado, especialmente em Contagem, é lastimável, não só por conta da superpopulação como também, e principalmente, em razão das péssimas condições físicas e de higiene das cadeias públicas locais;

2º) o Juiz de Direito responsável pela Vara de Execuções Criminais e Corregedoria de Presídios, tão logo chegou à comarca, iniciou trabalho sério e intenso no sentido de fazer respeitar a Constituição Federal e a Lei de Execuções Penais no que diz respeito à temática em questão;

3º) tramita na comarca ação civil pública, ajuizada pelo Ministério Público contra o Estado de Minas Gerais, ação esta ainda em curso, tendente à regularização do sistema carcerário local;

4º) o mesmo Ministério Público representou ao Juiz da Vara de Execuções Criminais e Corregedoria de Presídios visando a interdição dos 1º e 2º Distritos Policiais de Contagem, haja vista às péssimas condições físicas e de higiene das referidas carceragens;

5º) há laudo da Vigilância Sanitária do Município de Contagem/MG dando conta da existência de doenças infecto-contagiosas no 2º Distrito Policial, tendo havido inclusive sugestão de interdição desta cadeia, já que os presos encontram-se expostos a sérios riscos de morte;

6º) em seu trabalho tendente à regularização das condições das carceragens existentes em Contagem, comandou o juiz da Vara de Execuções Criminais e Corregedoria de Presídios trabalho, inédito, que resultou em acordo tendente à construção de centros prisionais na cidade, mediante recursos alocados pelo Município local e pela União, ocorrendo, contudo, que, minutado o ajuste, o Governo do Estado se recusou, em um segundo momento,a comparecer como avalista do ajuste;

7º) vê-se, pois, que todas as medidas, administrativas e judiciais, tendentes à solução do problema carcerário local restaram infrutíferas;

8º) assim é que, num gesto extremo, mas pautado em argumentos legais e jurídicos, o juiz da Vara de Execuções Criminais e Corregedoria de Presídios, em atenção ao comando constitucional que determina sejam todos, inclusive os encarcerados, respeitados em sua dignidade, determinou a soltura dos presos que se encontravam recolhidos em estabelecimentos prisionais que, repita-se, não apresentavam as mínimas condições de salubridade e segurança, sendo de se registrar que há incidência de casos de lepra, tuberculose, hepatite e doenças sexualmente transmissíveis entre a massa carcerária;

9º) pronunciamento judicial que é, comporta a decisão do referido magistrado, por parte dos que com ele não concordam, o aviamento de recurso próprio, a ser discutido à vista das leis e dos princípios jurídicos que regem o Estado Democrático de Direito;

10º) em razão disso, nós, Juízes de Contagem, vimos repudiar, de forma veemente, a atitude do Exmo. Sr. Governador do Estado que, longe de se pautar como convém ao seu cargo, veio a público e, por meio de um vocabulário impróprio, ofendeu a dignidade funcional do magistrado já citado, esquecendo-se que num Estado Democrático de Direito as decisões judiciais, ainda que passíveis de críticas, hão de ser confrontadas pelo meio processual próprio;

11º) de outra sorte, vimos repudiar também a conduta incoerente e contraditória do Ministério Público que, ajuizando ação civil pública e representações objetivando a interdição dos distritos policiais de Contagem, agora anuncia a instalação de comissão tendente à averiguação de eventual conduta ilícita por parte do juiz da Vara de Execuções Criminais e Corregedoria de Presídios da comarca;

12º) é importante frisar que o magistrado em questão agiu no exercício de seu poder jurisdicional, sendo certo, por isso, que a sua decisão, pautada na lei e nos princípios gerais do Direito, ainda que dela discorde alguns, há de ser combatida nos tribunais, e só nestes.

Contagem, 18 de novembro de 2005.

Paulo Mendes Álvares, Danton Soares Martins, Marcus Vinícius Mendes do Valle, Guilherme de Azeredo Passos, Terezinha Dupin Lustosa, Christian Gomes Lima, Luzia Divina de Paula, Renan Chaves Carreira Machado, Rodrigo Moraes Lamounier Parreiras, Pedro Aleixo Neto, Areclides José do Pinho Rezende, Raquel de Paula Rocha Soares, Paulo Rogério de Souza Abrantes, Maria Luiza de Andrade Rangel Pires.

 

Do Migalhas

  • Migalhas dos leitores - O juiz de Contagem

"É com muita tristeza e decepção que leio esta notícia de que meu Ilustre e querido professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, dr. Livingston José Machado vai deixar a Magistratura (Migalhas 2.150 - 27/5/09 - clique aqui). Todos perdem, nós alunos e admiradores perdemos dentro da Magistratura Mineira um grande exemplo, perde a população, não apenas a carcerária, que perde um Juiz cumpridor dos ditames Constitucionais, que garantem a ela o direito a restrição única de sua liberdade, e não da dignidade da pessoa humana. Perdem ainda todos os estudantes, advogados, magistrados, promotores, enfim todos os operadores do Direito, pois, sua saída da Magistratura nos tira a crença na Justiça e no cumprimento da Constituição Federal. Já que precisamos de Juízes conhecedores e cumpridores da Lei. O que fazermos diante disso? Lamentar é pouco... Talvez devêssemos nos desculpar com você professor, por termos outorgado poderes a governantes desconhecedores do nosso maior diploma legal, pois, quando os representantes do povo não conseguem discernir e compreender a verdadeira aplicação da Constituição e se equiparam ao homem médio, o que fazer? No mínimo assumirmos nossa parcela de culpa. Só nos resta lamentar, parabenizá-lo pelo cumprimento efetivo das funções de seu cargo, por ter cumprido corajosamente aos ditames e princípios constitucionais. E claro, deixarmos consignado nosso profundo desapontamento em face de sua decisão. Peço ainda que o Senhor repense que não desanime, pois apoio e respaldo o Senhor não encontrará só na Lei, mas em nós, operadores do direito, que sabemos da sua coragem e da retidão de sua decisão. Grande Abraço da sua aluna e admiradora." Rita de Cássia Gomes

"Tive o prazer de ser aluna do prof. Livingston na Puc/Contagem durante alguns semestres Migalhas 2.150 - 27/5/09 - clique aqui). Ele lecionava direito penal e processual penal. Era tão querido que foi nosso paraninfo. Saudades prof. das suas aulas... Quem conviveu com ele sabe do caráter e competência como juiz, como professor, como operador do direito, enfim, como ser humano. A sua atitude em soltar os presos foi uma demonstração de coragem e de respeito à Lei Maior e principalmente aos ensinamentos que nos eram transmitidos no dia-a-dia da faculdade. Obrigada por ter me ensinando tanto... manifesto meu apoio ao prof. Livingston punido por querer cumprir o princípio maior da CF/88: a dignidade da pessoa humana." Heliane da Costa